Curso de Neurobiologia dos Transtornos Mentais

Os transtornos mentais são objeto de muita discussão no meio científico e terapêutico. Questiona-se, por
exemplo, se as causas seriam genéticas, congênitas ou ambientais; se as alterações neurológicas e bioquímicas
seriam causas ou consequências dos transtornos; quais os tratamentos mais eficazes e confiáveis; e, até, se
tudo que é chamado de transtorno deveria ser assim classificado.

Apesar de todas essas dúvidas ainda em investigação, cada vez mais pesquisas em Neurociência e Psicobiologia
revelam que a maioria dos transtornos é de origem multifatorial, havendo forte correlação com a Biologia do
indivíduo. Ou seja, nas disfunções de ordem mental costumam estar presentes tanto as influências do meio
(vivências, reprodução de padrões, traumas, estresse etc.), como alterações de plasticidade cerebral,
mudanças neuroquímicas, disfunção do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA), desregulação do Sistema
Nervoso Autônomo (disautonomia), perturbações da microbiota intestinal (disbiose), influências epigenéticas,
mutações genéticas, processos inflamatórios periféricos e centrais, entre outros.

A Biologia, nessa perspectiva sistêmica, tem confirmado que Mente e Corpo interagem de forma bidirecional
(relação Mente-Corpo), mostrando que o estado mental influencia no desenvolvimento e funcionamento do
organismo, podendo afetar a saúde física, enquanto a biologia influencia o estado mental, inclusive
contribuindo na origem e/ou piora de transtornos psiquiátricos.

Nosso curso inicia com uma introdução aos conceitos básicos em Neurobiologia e Psicobiologia, para, em
seguida, o estudante poder mergulhar nesses aspectos apresentados até aqui, ajudando a entender melhor os
mecanismos biológicos relacionados aos distúrbios e transtornos emocionais e mentais, e como isso pode
ajudar na eficácia dos processos terapêuticos.